Maravilhas de Santos | Patriani

Quer um pão de cará um ou uma média no café da manhã? Em Santos, essa pergunta tem um significado diferente do resto do Brasil. Por lá, média é o apelido do pãozinho, e não do café com leite, como em outras cidades. Já o pão de cará não tem cará, aquele tubérculo da família do inhame. Parece pão de leite, mas os santistas ficam ofendidos quando alguém confunde os dois. O cará é doce e macio, mas tem que pedir na padaria os pães do meio da forma, bem mais fofinhos que os dos cantos. Alguém sabe a origem do nome? Há controvérsias. Alguns dizem que o cará constava na receita, mas deixou de ser utilizado no preparo da massa porque ficou caro. Outros explicam que era muito trabalhoso descascar e cozinhar o ingrediente. E há quem diga que a receita nunca levou cará, mas o pão foi chamado assim por causa da aparência. De todo modo, o pão de cará é tão querido em Santos que virou souvenir para turistas e já foi “exportado” para padarias da capital paulista. Inclusive já tem status de Patrimônio Cultural e Imaterial da cidade. Pão de cará: preferência santista no café da manhã Quem vai para a praia quer comer peixes e frutos do mar. Quem vai para Santos quer comer meca santista, um peixe grelhado coberto por camarão, sempre acompanhado de risoto de pupunha e farofa de banana com bacon, linguiça e abacaxi. Só de ler, dá água na boca, né? O prato foi criado em 2005 pelo chef Rodrigo Anunciato, depois que a Secretaria de Turismo do município e a Unisantos (Universidade Católica de Santos) fizeram uma pesquisa entre moradores e turistas para saber quais comidas consideravam mais típicas na região. Meca, banana e pupunha foram os ingredientes mais citados, inspirando a elaboração do prato. A meca é um peixe enorme, que pode chegar a 500 kg e 5 m de comprimento. Também chamada de espadarte, parece ter uma espada longa e pontuda em cima da boca, embora não seja parente do marlim. Seu apelido é “picanha do mar” por causa da carne macia e gordurosa, ainda mais saborosa na região próxima à cauda do animal. Fica divina com o risoto de pupunha e a farofa de banana. A combinação ainda homenageia três imigrantes da região: os japoneses, frequentes pescadores da meca; os italianos, que amam risoto; e os portugueses, famosos pelos embutidos na farofa. Depois de toda essa história, deu mais vontade ainda de provar a delícia? Pois a iguaria é servida em vários restaurantes de Santos. Meca santista: peixe com risoto de pupunha e farofa de banana 31 30

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